O plenário da Câmara dos Deputados manteve as mudanças no cálculo de pensões por morte, abrindo brecha para o pagamento de benefícios inferiores ao salário mínimo caso o segurado tenha outra fonte formal de renda. Por 339 votos a 153, os deputados rejeitaram destaque do PC do B que vedaria o pagamento de pensões menores que o mínimo em qualquer circunstância.
Caso o destaque fosse provado, a reforma da Previdência seria desidratada em R$ 38 bilhões nos próximos dez anos. Por meio de acordo com os partidos que aprovaram a reforma em primeiro turno, o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, assinou ontem (6) uma portaria que define critérios para estabelecer o que é renda formal para efeito do pagamento de pensão por morte.
Conforme a portaria, nenhum segurado terá a soma de todas as rendas formais inferior a um salário mínimo. Nesse caso, a pensão poderá ser inferior a um salário mínimo caso o beneficiário tenha outros rendimentos formais. Marinho informou que as regras da portaria serão transformadas em projeto de lei assim que a reforma da Previdência for promulgada.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia,durante sessão que vai discutir e votar os oito destaques com sugestões de mudanças ao texto-base da proposta de emenda à Constituição da reforma da Previdência. - Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Intermitentes
Mais cedo, os deputados tinham rejeitado, por 364 votos a 130, um destaque do PT que permitiria que recolhimentos do trabalhador abaixo do valor mínimo exigido para determinada categoria conte como mês de efetiva contribuição. Segundo o relator da reforma na comissão especial da Câmara, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), não é possível retirar a regra do texto porque a mudança foi feita para impedir que o trabalhador intermitente seja prejudicado.
Segundo Moreira, o texto atual permite que o trabalhador intermitente agrupe os pagamentos, até atingir o valor mínimo, mantendo a contagem de tempo para a aposentadoria.
BPC
No momento, o Plenário analisa um destaque do PT para retirar do texto a fixação de critérios para a concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC). A medida havia sido incluída na comissão especial a pedido do governo para reduzir fraudes no pagamento do benefício e gerar economia de R$ 23,4 bilhões nos próximos dez anos.
No início da madrugada, o plenário da Câmara aprovou o texto principal por 370 votos a favor, 124 contra e 1 abstenção.
A tramitação em primeiro turno da proposta foi concluída no dia 13 de julho. Na ocasião, o texto principal foi aprovado por 379 votos a 131. Em segundo turno, são necessários também 308 votos para aprovar a PEC, e os partidos podem apresentar somente destaques supressivos, ou seja, para retirar partes do texto. Concluída a tramitação na Câmara, a matéria segue para análise do Senado, onde também será analisada em dois turnos de votação.
Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil Brasília