O senador General Hamilton Mourão (Republicanos-RS) se pronunciou nesta quarta-feira (4) sobre a determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para que ele deponha na Polícia Federal no prazo de 15 dias. A decisão atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), no âmbito da Ação Penal 2668, que investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro.
A exigência do depoimento foi motivada por uma reportagem publicada em 28 de maio de 2025, que revelou uma suposta ligação telefônica entre Bolsonaro e Mourão. O contato teria ocorrido após o senador prestar depoimento à Justiça, no dia 23 de maio, como testemunha no processo.
Segundo o conteúdo da notícia, Bolsonaro teria orientado Mourão a reforçar, durante o depoimento, que nunca ouviu o ex-presidente falar sobre ruptura institucional. Para a PGR, a revelação levanta suspeitas de que Mourão possa ter sido coagido ou pressionado a ajustar seu testemunho, o que configuraria tentativa de interferência em investigação judicial.
Em nota divulgada à Gazeta do Povo, Mourão disse que tomou conhecimento da decisão do ministro, a partir de diversas matérias veiculadas na imprensa. Segundo o senador, não há "nada de irregular ou ilegal" no depoimento que ele prestou como testemunha de Bolsonaro.
"O ex-presidente entrou em contato comigo, dias antes da data marcada pelo STF, me consultando se concordaria em depor como testemunha de defesa e se na data designada pela Corte seria possível", diz Mourão.
O senador ainda explicou que Bolsonaro "esclareceu que fazia esse contato tendo em vista que - de maneira excepcional -, o ministro relator do processo não iria expedir intimações às testemunhas indicadas pelas defesas, cabendo a estas, então, contata-las e pedir a gentileza de prestar depoimento". "Concordei com o pedido do ex-presidente, e passei a perguntar-lhe sobre seu estado de saúde, visto que se recuperava de recente cirurgia", disse.
"Em momento algum fui constrangido, ameaçado ou recebi alguma insinuação que pudesse, de alguma forma, influenciar meu depoimento que, registro, foi a expressão da verdade em cada palavra, ratificando-o integralmente", conclui.
Fonte: Gazeta do Povo