O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse na quarta-feira que os militares estavam "dissecando" a Faixa de Gaza e tomando território para pressionar o Hamas a libertar reféns ainda mantidos no enclave.

Equipes de resgate disseram que 34 pessoas foram mortas em contínuos ataques israelenses no território, inclusive em um prédio da ONU.

Os militares estão "dissecando a Faixa (de Gaza) e aumentando a pressão passo a passo para que (o Hamas) devolva nossos reféns", disse Netanyahu em um comunicado, acrescentando que Israel "está tomando território, atacando terroristas e destruindo infraestrutura".

Ele acrescentou que o exército está "assumindo o controle do 'Eixo Morag'", uma faixa de terra que deve se estender entre as províncias de Khan Yunis e Rafah, no sul.

O nome do eixo refere-se a um antigo assentamento israelense que foi evacuado quando Israel se retirou unilateralmente de Gaza em 2005.

O ministro da Defesa, Israel Katz, disse anteriormente que Israel reforçaria sua presença militar no território palestino para "destruir e limpar a área de terroristas e infraestrutura terrorista".

A operação "tomará grandes áreas que serão incorporadas às zonas de segurança israelenses" já sob controle militar, disse ele em um comunicado, sem especificar quanto território.

Mas o Hamas permaneceu desafiador e rejeitou a última proposta israelense sobre uma trégua em Gaza, disseram dois funcionários do movimento à AFP na quarta-feira.

Egito, Catar e Estados Unidos estão tentando mediar um novo cessar-fogo e garantir a libertação dos reféns israelenses restantes."O Hamas decidiu não dar seguimento à última proposta israelense apresentada por meio dos mediadores", disse uma das autoridades, falando sob condição de anonimato.

Eles acusaram Israel de "bloquear uma proposta do Egito e do Catar e tentar inviabilizar qualquer acordo".

No domingo, Netanyahu se ofereceu para deixar os líderes do Hamas deixarem Gaza, mas exigiu que o grupo abandonasse suas armas. O Hamas sinalizou disposição de ceder o poder em Gaza, mas chama o desarmamento de "linha vermelha".

- 'Horrorizado' -

A agência de defesa civil de Gaza disse que um ataque israelense que teve como alvo um prédio da ONU "que abriga uma clínica médica no campo de refugiados de Jabalia" matou pelo menos 19 pessoas, incluindo nove crianças.

Fonte: AFP